CIDADES DEFICIENTES
Ver LBI e NBR 9050/2015.
Trataria para começar a questão fundamental dos transportes que não seguem os princípios do Desenho Universal. Tenho visitado cidades que se orgulham de dizer que são consideradas modelo em termos de acessibilidade. A frota de ônibus está toda adaptada com aqueles elevadores hidráulicos, quando hoje reivindicamos o ônibus de piso baixo. A maioria dos motoristas não está nem preparada e estes equipamentos, em geral, estão quebrados pela falta de uso.
Considero o transporte de Curitiba relativamente bom, mas os espaços urbanos não são ideais. O Rio de Janeiro, avançou muito na acessibilidade urbana com o Projeto Rio-Cidade, que ainda não é o ideal, mas os transportes e muitas edificações, inclusive públicas, ainda não são acessíveis.
Parece que São Paulo tem evoluído bastante em muitos pontos. Isto para só falar dos grandes centros urbanos. Em algumas pequenas cidades, também tem acontecido muita coisa. Sem transporte acessível para todos, a pessoa com deficiência não chega a lugar nenhum.
Temos, ainda, problemas sérios de pavimentação das calçadas em todas as cidades brasileiras, o que dificulta a circulação de pessoas em cadeira de rodas, idosos, mulheres com saltos altos, obesos e outras pessoas com mobilidade reduzida.
Também ainda é muito raro rampas de travessia de ruas bem executadas, sinalização tátil direcional e de alerta, sinais sonoros e informações em braile para as pessoas cegas. Placas ou painéis de informação sem avisos com letras grandes ou com contraste de cor para as pessoas com baixa visão. Sinalização visual em lugares importantes, com avisos para as pessoas surdas. Aqui pode-se mencionar os aeroportos.
A lista, apenas nos espaços urbanos, é enorme. Nas edificações, começamos pelo próprio acesso a estas, sem falar em muitos outros detalhes.
'As cidades são deficientes, as pessoas não', diz especialista em fisiatria
Por: Ketheryne Mariz
Publicado em: 17/01/2019 18:38
Atualizado em: 17/01/2019 18:38
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
"As cidades são deficientes não as pessoas", é com essa declaração que a Professora Adjunta e Chefe da Residência de Fisiatria da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Regina Chueire, define as limitações das Pessoas com Deficiencia (PCD). Para ela, o limite é imposto pela falta de estrutura das grandes cidades, como calçadas esburacadas ou falta de acessibilidade. De acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 45 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência.
De acordo com a médica, que também é Chefe do Ambulatório de Bloqueio com Toxina Botulínica das DRS XV e II que atende 200 municípios, as limitações não passam por dentro da cabeça, mas sim são obstáculos perceptíveis nas estruturas das próprias cidades, o que ela chama de "preconceito das mobilidades". Segundo Chueire,o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das doenças mais incapacitantes que existe. Perguntada sobre se há mais pessoas que nascem com uma má formação ou adquirem alguma paralisação durante a vida, a médica informou que as duas coisas acontecem e podem ser variáveis de região pra região.
A médica lista danos que podem causar incapacitação total ou parcial: "acidentes automobilísticos, derrames cerebrais e as más formações nas crianças, além de diabetes e violência contra mulher. Então é um mix de fatores", afirmou.
Segundo ela, a quebra do preconceito, historicamente, se deu após o retorno dos "heróis de guerra". "Muitos soldados foram mutilados durante guerras e ao voltarem aos lares perceberam as barreiras da cidade. Então, muitos foram responsáveis por forçar os gestores de políticas públicas que garantissem acessibilidade.
"Nosso país é muito preconceituoso. Vivi em uma época que nenhuma empresa patrocinaria e teria a marca associada a deficientes. A sociedade está mudando mas há um longo caminho para chegarmos ao ideal".
A médica ressaltou que é necessário pensar que o termo incapacidade está referindo a uma condição que nem sempre causa uma parada brusca ou limitação no que se é. Para isso, a médica comentou sobre o cantor Roberto Carlos. "Ele ter uma deficiência não muda em nada o ritmo de vida do cantor", disse.
De acordo com a médica, a toxina botulínica é uma aliada do paciente durante o período de recuperação. Os pacientes têm uma lesão que desenvolve músculos duros, espaticidades, que os impedem de, por exemplo, esticar braços ou pernas. "A toxina botulínica relaxa esses músculos e auxilia o trabalho do fisioterapeuta". O produto, conhecido pelo uso na estética, também pode ser encontrado no Sistema Único de Saúde (SUS). A indicação dada por Regina é que o paciente procure o médico para que ele veja a possibilidade de trabalhar com o produto que ajuda na recuperação.
A assistente social, Maria José Graciliano, 50 anos, agradece a equipe médica e a toxina botulínica pela recuperação do equilíbrio. Há 13 anos, ela teve que se adaptar a paralisia do braço e perna esquerda, após um dos três aneurismas se romper. "Eu não tenho movimento de fechar e abrir a mão, tenho dificuldade em dobrá-las". Maria admite que pessoas com deficiências não faziam parte da vida dela. "Não conhecia ninguém com deficiência e depois do que me acometeu passei a perceber o mundo de uma forma mais intensa. Comecei a dar valor as coisas que fazemos de forma automática, por exemplo, beber água".
Depois de passar por uma equipe formada por diversos profissionais da saúde, como fisioterapeuta e terapeuta ocupacional, ela sentiu que estava pronta para o recomeço. "Percebi e entendi que posso e com essa certeza fiz faculdade de serviço social. Após concluir o curso, prestei concurso para o Tribunal de Justiça de São Paulo. Onde atuo desde 2014", comentou.
Depois de quatro anos, ela voltou a ter um bom equilíbrio. "A toxina melhorou bastante. Eu tinha muita dificuldade para andar. Com alongamento, toxina e fisioterapia sai de uma dependência e passei a ser, novamente, independente".
Normas ABNT
1
NBR16537
2016 Acessibilidade - Sinalização tátil no piso - Diretrizes para elaboração de projetos e instalação.
2
NBR15646
2016
Acessibilidade - Plataforma elevatória veicular e rampa de acesso veicular para acessibilidade de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, em veículo de transporte de passageiros de categorias M1, M2 e M3 - Requisitos.
3
NBR15208
2011
Aeroportos - Veículo autopropelido para embarque/desembarque de pessoas portadoras de defi ciência ou com mobilidade reduzida - Requisitos.
4
NBR14022
2011
Acessibilidade em veículos de características urbanas para o transporte coletivo de passageiro.
5
NBR26000
2010
Diretrizes sobre responsabilidade social.
6
NBR15655-1
2009
Plataformas de elevação motorizadas para pessoas com mobilidade reduzida - Requisitos para segurança, dimensões e operação funcional. Parte 1: Plataformas de elevação vertical (ISO 9386-1, MOD).
7
NBR15570
Transporte - Especificações técnicas para fabricação de veículos de características urbanas para transporte coletivo de passageiros.
8
NBR15599
2008
Acessibilidade - Comunicação na Prestação de Serviços.
9
NBR15646
2008
Acessibilidade - Plataforma elevatória veicular e rampa de acesso veicular para acessibilidade em veículos com características urbanas para o transporte coletivo de passageiros.
10
NBR313
2007
Elevadores de passageiros - Requisitos de segurança para construção e instalação - Requisitos particulares para a acessibilidade das pessoas, incluindo pessoas com deficiência.
11
NBR15450
2006
Acessibilidade de passageiro no sistema de transporte aquaviário.
12
NBR15320
2006
Acessibilidade à pessoa com deficiência no transporte rodoviário.
13
NBR15290
2005
Acessibilidade em comunicação na televisão.
14
NBR15250
2005
Acessibilidade em caixa de auto-atendimento bancário.
15
NBR14021
2005
Transporte - Acessibilidade no sistema de trem urbano ou metropolitano.
16
NBR16001
2004
Responsabilidade social - Sistema da gestão - Requisitos.
17
NBR9050
2015
Acessibilidade a Edificações Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos.
18
NBR14970-1
2003
Acessibilidade em Veículos Automotores - Requisitos de Dirigibilidade.
19
NBR14970-2
2003
Acessibilidade em Veículos Automotores - Diretrizes para avaliação clínica de condutor.
20
NBR14970-3
2003
Acessibilidade em Veículos Automotores - Diretrizes para avaliação da dirigibilidade do condutor com mobilidade reduzida em veículo automotor apropriado.
21
NBR14273
1999
Acessibilidade a Pessoa Portadora de Deficiência no Transporte Aéreo Comercial.
22
NBR14020
1970
Acessibilidade a Pessoa Portadora de Deficiência - Trem de Longo Percurso.
Arquivos para baixar:
Trataria para começar a questão fundamental dos transportes que não seguem os princípios do Desenho Universal. Tenho visitado cidades que se orgulham de dizer que são consideradas modelo em termos de acessibilidade. A frota de ônibus está toda adaptada com aqueles elevadores hidráulicos, quando hoje reivindicamos o ônibus de piso baixo. A maioria dos motoristas não está nem preparada e estes equipamentos, em geral, estão quebrados pela falta de uso.
Considero o transporte de Curitiba relativamente bom, mas os espaços urbanos não são ideais. O Rio de Janeiro, avançou muito na acessibilidade urbana com o Projeto Rio-Cidade, que ainda não é o ideal, mas os transportes e muitas edificações, inclusive públicas, ainda não são acessíveis.
Parece que São Paulo tem evoluído bastante em muitos pontos. Isto para só falar dos grandes centros urbanos. Em algumas pequenas cidades, também tem acontecido muita coisa. Sem transporte acessível para todos, a pessoa com deficiência não chega a lugar nenhum.
Temos, ainda, problemas sérios de pavimentação das calçadas em todas as cidades brasileiras, o que dificulta a circulação de pessoas em cadeira de rodas, idosos, mulheres com saltos altos, obesos e outras pessoas com mobilidade reduzida.
Também ainda é muito raro rampas de travessia de ruas bem executadas, sinalização tátil direcional e de alerta, sinais sonoros e informações em braile para as pessoas cegas. Placas ou painéis de informação sem avisos com letras grandes ou com contraste de cor para as pessoas com baixa visão. Sinalização visual em lugares importantes, com avisos para as pessoas surdas. Aqui pode-se mencionar os aeroportos.
A lista, apenas nos espaços urbanos, é enorme. Nas edificações, começamos pelo próprio acesso a estas, sem falar em muitos outros detalhes.
'As cidades são deficientes, as pessoas não', diz especialista em fisiatria
Por: Ketheryne Mariz
Publicado em: 17/01/2019 18:38
Atualizado em: 17/01/2019 18:38
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
"As cidades são deficientes não as pessoas", é com essa declaração que a Professora Adjunta e Chefe da Residência de Fisiatria da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Regina Chueire, define as limitações das Pessoas com Deficiencia (PCD). Para ela, o limite é imposto pela falta de estrutura das grandes cidades, como calçadas esburacadas ou falta de acessibilidade. De acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 45 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência.
De acordo com a médica, que também é Chefe do Ambulatório de Bloqueio com Toxina Botulínica das DRS XV e II que atende 200 municípios, as limitações não passam por dentro da cabeça, mas sim são obstáculos perceptíveis nas estruturas das próprias cidades, o que ela chama de "preconceito das mobilidades". Segundo Chueire,o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das doenças mais incapacitantes que existe. Perguntada sobre se há mais pessoas que nascem com uma má formação ou adquirem alguma paralisação durante a vida, a médica informou que as duas coisas acontecem e podem ser variáveis de região pra região.
A médica lista danos que podem causar incapacitação total ou parcial: "acidentes automobilísticos, derrames cerebrais e as más formações nas crianças, além de diabetes e violência contra mulher. Então é um mix de fatores", afirmou.
Segundo ela, a quebra do preconceito, historicamente, se deu após o retorno dos "heróis de guerra". "Muitos soldados foram mutilados durante guerras e ao voltarem aos lares perceberam as barreiras da cidade. Então, muitos foram responsáveis por forçar os gestores de políticas públicas que garantissem acessibilidade.
"Nosso país é muito preconceituoso. Vivi em uma época que nenhuma empresa patrocinaria e teria a marca associada a deficientes. A sociedade está mudando mas há um longo caminho para chegarmos ao ideal".
A médica ressaltou que é necessário pensar que o termo incapacidade está referindo a uma condição que nem sempre causa uma parada brusca ou limitação no que se é. Para isso, a médica comentou sobre o cantor Roberto Carlos. "Ele ter uma deficiência não muda em nada o ritmo de vida do cantor", disse.
De acordo com a médica, a toxina botulínica é uma aliada do paciente durante o período de recuperação. Os pacientes têm uma lesão que desenvolve músculos duros, espaticidades, que os impedem de, por exemplo, esticar braços ou pernas. "A toxina botulínica relaxa esses músculos e auxilia o trabalho do fisioterapeuta". O produto, conhecido pelo uso na estética, também pode ser encontrado no Sistema Único de Saúde (SUS). A indicação dada por Regina é que o paciente procure o médico para que ele veja a possibilidade de trabalhar com o produto que ajuda na recuperação.
A assistente social, Maria José Graciliano, 50 anos, agradece a equipe médica e a toxina botulínica pela recuperação do equilíbrio. Há 13 anos, ela teve que se adaptar a paralisia do braço e perna esquerda, após um dos três aneurismas se romper. "Eu não tenho movimento de fechar e abrir a mão, tenho dificuldade em dobrá-las". Maria admite que pessoas com deficiências não faziam parte da vida dela. "Não conhecia ninguém com deficiência e depois do que me acometeu passei a perceber o mundo de uma forma mais intensa. Comecei a dar valor as coisas que fazemos de forma automática, por exemplo, beber água".
Depois de passar por uma equipe formada por diversos profissionais da saúde, como fisioterapeuta e terapeuta ocupacional, ela sentiu que estava pronta para o recomeço. "Percebi e entendi que posso e com essa certeza fiz faculdade de serviço social. Após concluir o curso, prestei concurso para o Tribunal de Justiça de São Paulo. Onde atuo desde 2014", comentou.
Depois de quatro anos, ela voltou a ter um bom equilíbrio. "A toxina melhorou bastante. Eu tinha muita dificuldade para andar. Com alongamento, toxina e fisioterapia sai de uma dependência e passei a ser, novamente, independente".
Normas ABNT
1
NBR16537
2016 Acessibilidade - Sinalização tátil no piso - Diretrizes para elaboração de projetos e instalação.
2
NBR15646
2016
Acessibilidade - Plataforma elevatória veicular e rampa de acesso veicular para acessibilidade de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, em veículo de transporte de passageiros de categorias M1, M2 e M3 - Requisitos.
3
NBR15208
2011
Aeroportos - Veículo autopropelido para embarque/desembarque de pessoas portadoras de defi ciência ou com mobilidade reduzida - Requisitos.
4
NBR14022
2011
Acessibilidade em veículos de características urbanas para o transporte coletivo de passageiro.
5
NBR26000
2010
Diretrizes sobre responsabilidade social.
6
NBR15655-1
2009
Plataformas de elevação motorizadas para pessoas com mobilidade reduzida - Requisitos para segurança, dimensões e operação funcional. Parte 1: Plataformas de elevação vertical (ISO 9386-1, MOD).
7
NBR15570
Transporte - Especificações técnicas para fabricação de veículos de características urbanas para transporte coletivo de passageiros.
8
NBR15599
2008
Acessibilidade - Comunicação na Prestação de Serviços.
9
NBR15646
2008
Acessibilidade - Plataforma elevatória veicular e rampa de acesso veicular para acessibilidade em veículos com características urbanas para o transporte coletivo de passageiros.
10
NBR313
2007
Elevadores de passageiros - Requisitos de segurança para construção e instalação - Requisitos particulares para a acessibilidade das pessoas, incluindo pessoas com deficiência.
11
NBR15450
2006
Acessibilidade de passageiro no sistema de transporte aquaviário.
12
NBR15320
2006
Acessibilidade à pessoa com deficiência no transporte rodoviário.
13
NBR15290
2005
Acessibilidade em comunicação na televisão.
14
NBR15250
2005
Acessibilidade em caixa de auto-atendimento bancário.
15
NBR14021
2005
Transporte - Acessibilidade no sistema de trem urbano ou metropolitano.
16
NBR16001
2004
Responsabilidade social - Sistema da gestão - Requisitos.
17
NBR9050
2015
Acessibilidade a Edificações Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos.
18
NBR14970-1
2003
Acessibilidade em Veículos Automotores - Requisitos de Dirigibilidade.
19
NBR14970-2
2003
Acessibilidade em Veículos Automotores - Diretrizes para avaliação clínica de condutor.
20
NBR14970-3
2003
Acessibilidade em Veículos Automotores - Diretrizes para avaliação da dirigibilidade do condutor com mobilidade reduzida em veículo automotor apropriado.
21
NBR14273
1999
Acessibilidade a Pessoa Portadora de Deficiência no Transporte Aéreo Comercial.
22
NBR14020
1970
Acessibilidade a Pessoa Portadora de Deficiência - Trem de Longo Percurso.
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